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A ALEGRIA DE UM COLECIONADOR

Parte da coleção de livros temáticos sobre a Região da Grande Itajaí pertencente à Magru Floriano

A alegria de um colecionador não é ter um amontoado de peças, mas chegar a um ponto que sente a falta de certas peças específicas e sair a campo à sua procura. Na minha coleção de livros da Região de Itajaí, por exemplo, sinto falta dos Anuários de 1924 e 1960, do ‘Album descritivo da Praia de Camboriú’ [Silveira Júnior], do pequenino ‘Itajahy’ [Reis Netto] … Tenho esses livros em cópias xerografadas encadernadas, mas procuro seus originais há décadas.

O negócio é não desistir e curtir a prática da garimpagem em sebos, livrarias, bibliotecas particulares e leilões virtuais pelo mundo afora. A coleção acaba trazendo um prazer a mais para o colecionador porque o motiva a sair de casa, viajar, procurar, garimpar, pesquisar na Internet, se relacionar com outros colecionadores e buscar contatos com herdeiros de colecionadores de livros … A coleção é motivadora de sociabilidades.

É indescritível o prazer de ter em mãos um exemplar procurado por um longo período. Foi o que me aconteceu recentemente ao receber do colecionador Carlos Guérios o livro ‘História do Município da Penha’ do historiador José Ferreira da Silva. Fiquei emocionado e, por dias, deixei o livro por perto para ficar admirando sua graciosa beleza. Logo em seguida recebi, de um colecionador de Porto Alegre, o exemplar do ‘Anuário de Itajaí para o ano de 1949’ editado por Marcos Konder e Silveira Júnior. Além de estar em perfeito estado de conservação o livro continha o autógrafo de Marcos Konder. Uma preciosidade.

Atualmente a minha coleção de livros da Região da Grande Itajaí conta com 2.100 exemplares. É uma coleção única e quase perfeita. Considero que faltam cerca de dez exemplares para fechar um ciclo na coleção. Gostaria de ter, por exemplo, todos os ‘Anuários de Itajaí’, ‘Blumenau em Cadernos’ e ‘Vicente Só’. Mas me faltam alguns exemplares que busco em todos os cantos possíveis, principalmente em sebos espalhados entre São Paulo e Porto Alegre. Sei que um dia vou encontra-los e, por isso mesmo o esforço da procura não é sacrifício, muito pelo contrário, é uma atividade extremamente prazerosa.

Dar tempo ao tempo, contar com a oportunidade, estar no lugar certo na hora certa, não desistir, fazer contatos … isto é colecionismo. Dizem que o colecionador de livro é um bibliófilo – um amante dos livros. Não sei se já posso ser considerado um bibliófilo por ter mais de dois mil livros sobre Itajaí em minha biblioteca, o certo é que vê-los por perto me faz muito bem. Sinto-me em boa companhia.