LÁ NO INÍCIO
Considero que fui um dos primeiros acadêmicos de Itajaí a frequentar um curso internacional por via digital. Isso ocorreu no ano de 1998 quando cursava mestrado na FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau. A entidade promoveu convênio com a Lund Univerty Sweden – que mantinha o projeto experimental de ensino à distância por plataforma eletrônica intitulada ‘Universidade Virtual Latinoamericana’. Por dois meses participei do seminário à distância ‘New Tecnologies and Pedagogical Challenges’. A principal ferramenta era o email. Recebíamos textos na nossa caixa de correspondência e tínhamos um prazo para realizar determinas tarefas. Também fazíamos discussões em grupo promovido nos ambientes do mestrado da Furb. O tema principal era justamente como estaríamos nos preparando para educar utilizando as novas ferramentas digitais.
NOS DIAS ATUAIS
O tempo passou, agora, aposentado, estou percebendo que aquilo que discutíamos em 1998 como sendo o futuro da educação já se tornou obsoleto, passado. A tecnologia avançou muito mais rápido e de forma muito mais intensa do que podíamos prever naquele momento. Nesse período – 1998 a 2014 – ocorreu uma verdadeira tempestade tecnologia na educação. Para ter uma base de referência dessa mudança basta promover uma rápida visita à escola piloto que o SESI montou em Itajaí. Os alunos estão sendo envolvidos por um projeto pedagógico que visa, sobretudo, a inserção no mercado de trabalho – filosofia que está na essência do sistema educacional Sesi. Ali, vi poucas salas de aula e muitos laboratórios de informática. Os alunos constroem robôs, trabalham com impressoras 3D e, frequentam alunas intensivas de programação digital.
Bem, voltando à minha experiência pessoal, eu adquiri pela Internet em 2023 um curso intitulado Chessflix onde, simplesmente, passei a ter aulas em casa com diversos grandes mestres de xadrez brasileiros: Evandro Barbosa, Luiz Paulo Supi, Júlia Alboredo e Henrique Mecking. Antes da Internet, para ter aulas nesse nível teria de me deslocar semanalmente para Curitiba ou São Paulo, pagar hotel, ter agenda mais flexível durante toda a semana, sem falar no alto custo da logística e do próprio curso. Agora, fico na minha casa podendo economizar com transporte, hotel, alimentação fora de casa; escolho horário, quantidade de horas estudadas, nível de aprendizado; posso repetir quantas vezes considerar necessário uma determinada aula …
Em agosto de 2024 resolvi comprar pela Internet um curso de filosofia. Ao preço de duzentos reais, estou frequentando pela plataforma HotMart o curso ‘Demasiado humano’ sobre as ideias do filósofo Friedrich Nietzsche. Só a primeira aula introdutória vale um seminário presencial inteiro que poderia frequentar nos grandes centros do Brasil ao custo de milhares de reais, considerando inscrição, transporte, hotel, alimentação …
DIGITAL VERSUS PRESENCIAL
Aqui cabe uma ressalva: é claro que eu estou disposto a conhecer pessoalmente toda essa gente que está na Internet me dando aula. Se essas pessoas estiverem por perto, vou atrás delas, ouvi-las pessoalmente, conhece-las em carne e osso, apertar suas mãos e dizer simplesmente – Parabéns, mestres! [Magru Floriano]