A ficção científica sempre nos apresentou distopias as mais dramáticas possíveis. Na Era Digital a distopia mais corriqueira é aquela que apresenta um mundo em colapso devido a uma pane geral no sistema de computação ou o controle deste mesmo sistema por um robô que ‘traiu’ o seu criador. Pensar em um apagão geral é realmente um pesadelo, porque nos dias atuais tudo, absolutamente tudo, está ligado à rede global dos satélites e computadores. Sem ela não funciona de aeroporto a semáforo na esquina da nossa casa.

Bem, acontece que no dia 29 de julho de 2004 a humanidade teve uma pequena mostra de que esta distopia, até então prevista apenas nas peças de ficção científica, é algo possível de acontecer. A imprensa chamou o fenômeno de ‘Apagão internacional’, ‘Pane global’, ‘Apagão cibernético global’, e, poeticamente, de ‘apagão azul da morte’.  A referência à cor azul deu-se pelo fato de que os telões dos aeroportos ficaram todos azuis, sem qualquer dado para apresentar aos passageiros que esperam sua hora do embarque.

A pane do sistema ocorreu por conta de uma atualização mal-sucedida no sistema de uma empresa privada nos Estados Undios de nome Crowd Strike. Uma desconhecida dos bilhões de mortais que costumam levar suas vidas sem se importarem com o mercado de ações nas bolsas de valores mundiais. Mas, a invisível Crowd Strike promoveu uma ‘espiral de telas azuis’ pelo mundo inteiro, parando por completo aeroportos, portos e até bancos no Brasil. [Magru Floriano]