A História da atividade de radioamadorismo em Itajaí inicia com Sady Magalhães ao instalar, no dia 10 de agosto de 1935, equipamento completo de transmissão visando promover demonstração para a imprensa e possíveis futuros adeptos dessa atividade em Itajaí. Na oportunidade, Sady comunicou-se com o capitão Oswaldo Masson – oficial do Exército e chefe do Departamento de Comunicação da Liga de Amadores Brasileiros de Radio-Emissão.
Após a iniciativa de Sady Magalhães a atividade de radioamadorismo rapidamente ganhou adeptos na região de Itajaí, notadamente, junto ao pessoal cuja atividade profissional obrigava viagens longas, como é o caso dos embarcados e caminhoneiros. Contudo, na década de 1970, a atividade decaiu a ponto do jornal A Nação publicar, na sua edição de 03 de junho de 1972, uma reportagem com o título “Onde se encontram os nossos radioamadores”. Nas páginas desse jornal colhemos o registro de alguns radioamadores históricos de Itajaí: Pedro Souza, Alcebiades de Oliveira, José Marçal Dutra, Francisco José Pfeilsticker, Jorge Saad, Nereu Schiefler, Hélio Bernardino da Silva, Rodolfo Krause, Eugênio Krause, Egon Schauffert, Eurico Krobel, Gláudia Dutra Fiorenzano, João Valécio Rebelo, Cicre Buatim, Carlos Fernandes Priess, João Hercílio da Cunha, José Luiz Collares.
A reportagem do jornal traz um testemunho sobre as atividades de José Marçal Dutra, o conhecido Juca Fotógrafo, que muito bem representa o espírito comunitário da atividade do radioamadorismo:
‘Quantas vezes vimos o Juca Fotografo, o maior incentivador do radioamadorismo em Itajaí, atender madrugada adentro, uma pessoa que necessitava avistar-se com parentes em cidade distante?”
Foi justamente esse espírito comunitário que fez a atividade do radioamadorismo ser de extrema importância para os moradores de todo o Vale do Itajaí atingidos pelas grandes enchentes de 1983 e 1984. A atividade dos radioamadores foi decisiva na formação de uma rede nacional de solidariedade às vítimas das enchentes e, até mesmo, que fosse possível montar uma extensa rede de apoio logístico integrando voluntários e órgãos públicos.
Não obstante esse passado de glórias, a atividade de radioamadorismo encontra-se bastante restrita nos dias atuais, principalmente, por sofrer a concorrência de outras tecnologias digitais e suas redes sociais. Mesmo assim, os clubes de radioamadores sobrevivem em praticamente todas as grandes cidades de Santa Catarina, tocados por esportistas de diversos setores, como é o caso de trilheiros e alpinistas.
Fonte: Itajaipedia, A Nação – 03 de junho de 1972.
Adolfo de Oliveira Júnior Radioamador de indicativo PP5SM, um então jovem de 18 anos que, no início da década de 40, se enveredou pelo mundo radiofônico na cidade de Itajai, resultando suas peripécias na terceira emissora do estado. Como se estivesse entrando no túnel do tempo, ele descreve os primeiros passos da futura estação, que teve como embrião o sistema de alto-falante. A aparelhagem foi colocada estrategicamente em frente ao Cinema Itajahy e na Praça Vidal Ramos. O meio de comunicação funcionava, a princípio, como um aparato musical – pegando “carona” nas melodias que precediam as sessões do cinema. Mas serviu também como instrumento de informação, principalmente do exército, que utilizava a aparelhagem para pronunciamentos sobre o Estado Novo e a Segunda Guerra Mundial. Adolfo de Oliveira Júnior salienta que “(…) servíamos de elo de ligação entre o público e o comandante do batalhão, foi o que nos permitiu o registro da emissora na época”.
Tendo como quartel general o Cine Itajahy, o sistema de alto-falante funcionou isoladamente em 1941, para no ano seguinte, exatamente em 26 de outubro, trabalhar em paralelo com a Rádio Difusora de Itajaí, a ZYK-9, em freqüência de 700 quilociclos. Fizeram parte da história da recém surgida emissora o técnico Adolfo de Oliveira, o cronista Lúcio de Oliveira e os locutores Remaclo Fischer e Adelino Maia, sob a coordenação de Dagoberto Nogueira, que era proprietário da Radio Difusora e responsável pelo setor comercial.
Os radioamadores prestavam serviço humanitário e gratuito. Numa época em que a comunicação era precária, eles conseguiam contato com pessoas distantes inclusive indo na casa fazer o comunicado de um falecimento, por exemplo.